Duas novas espécies de peixes são descobertas no Rio Uberaba, em Minas Gerais

Pesquisadores divulgaram a descoberta das novas espécies de pequeno porte, entre quatro e cinco centímetros, que podem escalar até cachoeiras.

Por Marcelo Telles - 26/04/2023 em Notícias / Meio Ambiente

A cidade de Veríssimo, em Minas Gerais, mais precisamente no Rio Uberaba, foi o palco onde pesquisadores descobriram, recentemente, mais duas novas espécies de peixes em águas brasileiras.


Trata-se de peixes do gênero Trichomycterus, que talvez você conheça como bagre neotropical. Os pesquisadores perceberam nos exemplares capturados, a presença de dentes fora da boca, que permitiam o animal se movimentar no sentido zig-zag, dando a oportunidade de escalarem rios, riachos e cachoeiras.


O resultado da pesquisa foi divulgada na semana passada por seus descobridores Valter Azevedo e Axel Katz, que realizaram todos os procedimentos em conjunto com Wilson Costa e José Leonardo Mattos.


A descoberta foi formalizada em um artigo científico na revista MDPI. No ano passado, a Fish TV já havia conversado com Valter a respeito de outra espécie, também em Minas Gerais, que fora descoberta por ele. Na ocasião, tratava-se da Heptapterus carmelitanorum, nome científico de batismo que o animal recebeu em homenagem aos habitantes do município de Carmo do Rio Claro.


Porém, desta vez, a descoberta foi feita no Triângulo Mineiro, após uma pesquisa em parceria com outros pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), da Faculdade Eduvale de Avaré e Universidade Federal do Tocantins (UFT), e as novas espécies receberam as suas devidas nomenclaturas.


São elas: Trichomycterus coelhorum, em homenagem à família da zoóloga que ajudou os pesquisadores na descoberta, Dra. Paula Coelho;



E Trichomycterus uberabensis, nome criado, obviamente, em homenagem à bacia do rio em que foi feita a descoberta, o Rio Uberaba.




Dentre as suas demais características, o Trichomycterus coelhorum tem uma coloração marcante e possui menos vértebras e mais dentes do que exemplares do gênero, sem contar o fato de não possuir nadadeira pélvica.


Já a segunda espécie não conta com tantos raios dorsais na nadadeira de sua cauda, como em outros Trichomycterus, também possuindo menos vértebras, porém, menos dentes. Sua coloração também é bem característica.


As novas espécies descobertas por Valter e Axel são de pequeno porte, não ultrapassando os cinco centímetros de comprimento.


Mas o estudo vai muito além da descoberta dos novos peixes. A pesquisa abrange, também, a atenção especial que essas duas novas espécies merecem. De acordo com a pesquisa, tanto o Trichomycterus uberabensis, quanto o Trichomycterus coelhorum, vivem em locais de drenagem e, em grandes intervenções humanas, podem estar suscetíveis à processos de extinção.


Após a coleta de espécimes dos dois peixes, junto de suas respectivas documentações, os pesquisadores precisaram fazer uma análise científica comparativa com outras espécies. Depois desse processo, foi feita a descrição formal e a revisão geral por especialistas na área.


Com tudo aprovado, as nova espécies foram publicada em revista científica, recebendo, assim, seus registros formais. 




Avalie esta notícia:

MAIS NOTÍCIAS