Após 28 anos, o Encontro Nacional de Atadores de Mosca voltou a reunir apaixonados pelo fly fishing. Na Fazenda Itaygua, em Ribeirão Preto-SP, o evento reuniu cerca de 50 participantes nos dias 28 e 29 de junho. Entre veteranos e novos entusiastas, eles compartilharam técnicas, experiências, e trocas que reafirmam a força da modalidade.
Organizado pela Dama Flies, o evento resgatou o espírito da primeira edição, realizada em 1997, mas com ares de renovação. Um dos grandes destaques foi justamente a diversidade do público presente: muitos jovens e iniciantes marcaram presença e demonstraram o potencial do fly fishing no alcance de novos públicos.
“Foi muito bom ver essa troca entre gerações. Tivemos uma integração real entre as pessoas mais antigas na modalidade e o pessoal mais jovem, cheios de vontade de aprender e com muita curiosidade sobre o fly fishing” comentou Pedro Dama, organizador do encontro.
Com um dia dedicado ao atado de moscas e outro ao casting (arremesso), os participantes puderam vivenciar não apenas as técnicas utilizadas, mas também o processo criativo por trás da prática. Além da troca de experiências com nomes de referência no esporte, workshops, sorteios, e apresentações de morsas.
Foto: enviada pela organização do evento.
“O evento foi planejado com diferentes práticas nos dois dias justamente para que os participantes pudessem ter a experiência completa. O pescador idealiza a isca, observa o ambiente, constrói um protótipo, testa e, quando captura o peixe com a própria criação, essa experiência se torna ainda mais sensacional para ele”, ressaltou Pedro.
Esse aspecto artesanal e técnico é um dos grandes diferenciais da pesca com mosca, que atrai cada vez mais praticantes interessados. Mais do que um reencontro, o evento também funcionou como uma janela de possibilidades para lojistas e profissionais do setor. Comerciantes de outras áreas, como o segmento de caiaques, por exemplo, participaram das oficinas e aprenderam na prática como utilizar os equipamentos de fly.
Foto: Enviada pela organização do evento.
“Ver lojistas que não comercializavam nada de fly se abrirem para esse universo foi muito gratificante. Um deles percebeu que era possível pescar de caiaque na modalidade de fly e saiu de lá com outro olhar. Isso amplia o espaço da modalidade no mercado e ajuda a formar consumidores mais bem informados”, explicou o organizador.
Entre os pontos ressaltados por Pedro está a importância de divulgar o fly fishing, seja por meio de cursos, eventos demonstrativos ou espaços dedicados dentro de feiras e encontros do setor. Ele acredita que isso pode não apenas despertar o interesse do público, mas também ampliar o acesso aos equipamentos e fomentar o mercado.
“Quanto mais gente conhece, mais gente pratica. Então, os produtos e acessórios acabam se tornando mais acessíveis, o giro aumenta, o mercado cresce. E para isso é preciso dar mais visibilidade, seja na mídia, como o exemplo da Fish TV, ou em feiras, eventos”, frisou.
Segundo Pedro, o papel da mídia especializada e de eventos multissetoriais da pesca esportiva é cada vez mais estratégico, podendo ser ponte entre a técnica e o público. E eventos como a Fishing Show Brazil, que reúne todas as vertentes da pesca esportiva em um único espaço, também surgem como uma possibilidade de dar mais visibilidade para que modalidades, como a de fly fishing, possam conquistar novos praticantes e novas oportunidades dentro da pesca esportiva.
Com o entusiasmo dos participantes, a organização do evento já adianta que novas edições estão no horizonte. Mais do que um reencontro, o Encontro Nacional de Atadores de Mosca também indicou sinais de um possível novo momento para a pesca com mosca no Brasil — com mais diversidade, abertura e interesse técnico por parte de novos públicos.
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