A pesca esportiva tem conquistado o coração dos brasileiros. Mais que um simples hobby, ela já figura como uma das práticas mais populares do país, ficando atrás apenas do futebol em termos de popularidade nacional. Segundo uma pesquisa realizada pela Meta, 29,8 milhões de brasileiros demonstram interesse pela pesca esportiva. Isso representa 1 pessoa em cada 10 habitantes do país!
Nos Estados Unidos, por exemplo, onde a pesca é altamente desenvolvida, são 74 milhões de adeptos, o que equivale a 2 em cada 10 pessoas. O paralelo revela o enorme potencial do Brasil para o desenvolvimento da atividade, além de possuirmos a maior bacia hidrográfica do planeta e uma biodiversidade aquática sem igual.
Foto: Fish TV.
Mas o que impressiona vai além da paixão, é o impacto econômico real gerado por essa atividade em diversas regiões do país. No Amazonas, por exemplo, a temporada de pesca esportiva, que vai de setembro a março, atrai cerca de 30 mil turistas por ano, movimentando cerca de R$500 milhões por temporada, de acordo com a Agência Amazonas.
A cadeia econômica inclui pousadas flutuantes, barcos-hotel, guias locais, empresas de turismo, operadores de pesca e serviços de alimentação e transporte. Em Barcelos, um dos principais destinos da modalidade, o gasto médio de um turista chega a R$8.710,00, de acordo com uma pesquisa realizada recentemente.
Esse cenário revela como a pesca esportiva é capaz de transformar economias locais, especialmente em regiões com grande potencial hídrico e biodiversidade. A experiência vivida pelos turistas se reflete diretamente na geração de oportunidades e na valorização de territórios muitas vezes distantes dos grandes centros urbanos. E esse impacto não se restringe à região Norte, outras áreas do país também colhem frutos significativos dessa atividade.
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No estado de Mato Grosso, a economia apresenta forte atividade no setor da pesca esportiva. De acordo com os últimos dados divulgados pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (SEDEC/MT), no ano de 2024, a prática movimentava cerca de R$ 500 milhões por ano, com projeções de alcançar R$ 2 bilhões anuais nos próximos anos.
A movimentação gerada pela pesca esportiva em solo mato-grossense vai além dos números da economia: ela representa também uma importante fonte de emprego e geração de renda para as comunidades locais, impulsionando diversos setores ligados ao turismo, à prestação de serviços e à cadeia produtiva regional.
Um estudo publicado pela Revista Brasileira de Ecoturismo (2022), apontou que, para cada turista de pesca, são gerados entre 0,8 e 1,8 empregos diretos, especialmente nas áreas de hospedagem, alimentação, condução e apoio. Em uma operação com 10 pescadores, são acionados cerca de 11 profissionais locais, entre condutores, cozinheiras, camareiras, garçons e guias.
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Esse dinamismo tem transformado a pesca esportiva em uma importante engrenagem da economia no estado, especialmente em municípios como Cáceres, Poconé, Barão de Melgaço e Santo Antônio de Leverger — onde barcos hotel, pousadas especializadas e operadores locais recebem milhares de turistas a cada temporada. Com investimentos que podem ultrapassar R$ 5 mil por pessoa, principalmente entre os turistas dos barcos hotel, a atividade também impulsiona o mercado com o comércio de iscas, manutenção náutica, transporte fluvial e produção artesanal, além de estimular o turismo em áreas de preservação ambiental.
A pesca esportiva no Brasil vem se consolidando como uma atividade estratégica para o turismo e a economia nacional. Em constante expansão, atrai um público cada vez mais diverso — com destaque para a participação crescente de mulheres e crianças — além de chamar a atenção de turistas internacionais que escolhem as águas brasileiras como destino privilegiado. Esse movimento não só evidencia o interesse crescente pelo esporte, como também reforça o enorme potencial das espécies nativas, dos rios e dos lagos do país.
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Estados como Amazonas e Mato Grosso já colhem resultados concretos dessa atividade, com a geração de empregos e fortalecimento de cadeias produtivas ligadas ao turismo, comércio e serviços. O avanço de iniciativas estruturadas, como o Campeonato Brasileiro em Pesqueiros (CBP), por exemplo, reforça a profissionalização do setor, movimentando o mercado de equipamentos, ampliando a demanda por serviços especializados e fortalecendo, também, a cobertura da mídia segmentada.
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Diante desse cenário, a pesca esportiva deixa claro que seu papel vai muito além do lazer: trata-se, também, de uma atividade econômica consistente, em expansão, com grande capacidade de geração de renda, inclusão social e valorização dos recursos naturais do Brasil.
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