Julho sempre me pareceu um mês que dobra o tempo. É o meio do caminho, uma dobra do calendário em que a gente pode, se quiser, respirar fundo antes de continuar. Como se o ano dissesse: "vai lá, tira um tempinho pra você. Depois a gente conversa sobre o resto".
E é assim, entre cobertores no sul e o sol forte no norte, que muita gente redescobre um tempo esquecido: o das férias de julho. Não são tão longas quanto as do verão, nem têm aquele ritmo acelerado do fim de ano. Julho é mais silencioso, mais íntimo. Um tempo de pausa no meio da pressa.
Foto: Laís Vanessa
E se tem uma coisa que combina com esse tempo, é a pesca. Porque pescar é, por essência, um convite à pausa. Não tem hora marcada, não tem cobrança, não tem meta pra bater. Só o som da água, do silêncio do mato e aquela expectativa boa de quem espera...e nem sempre pelo peixe.
Julho é perfeito pra isso. Para quem está com as crianças em casa, é hora de criar memórias fora das telas. Para quem já cresceu, é chance de lembrar que o mundo continua girando mesmo quando a gente se permite parar. E que parar, às vezes, é o que nos faz seguir.
Entre um destino e outro, tenho visto pousadas que parecem ter sido feitas pra esse tempo: redes na varanda, cheiro de lenha no fogão, trilhas que levam até o rio. Lugares onde o celular perde o sinal e a gente ganha o sentido das coisas de novo.
Foto: Laís Vanessa
Então, se você está aí se perguntando se deve ou não tirar uns dias agora, eu te digo: sim. Vá. Pesque. Viaje. Desconecte. Julho chegou pra isso. O ano ainda tem muito pela frente, mas o agora, esse agora, é uma chance rara de se reconectar com o que importa.
E quem sabe, entre uma fisgada e outra, você não pesca também um pouco de si?
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