O desmatamento em áreas de cerrado altera o balanço hídrico da região e potencializa os efeitos de erosão do sol, foi o que afirmou um estudo realizado pela Universidade de São Paulo. Segundo os pesquisadores, em lugares onde a mata é preservada, apenas 1% da água vai embora, se comparado aos locais desmatados, em que o total desperdiçado sobe para 20%.
Para o estudo foi utilizada uma estação meteorológica, instalada no interior da mata e equipamentos de medição. Durante quatro anos o grupo de pesquisadores analisou a quantidade de água que a vegetação conseguia segurar. Foi constatado que 20% da água da chuva é absorvida pelas árvores. Sendo que em regiões preservadas, a água que escorre das árvores é retida pelas folhas caídas.
Com a análise, os pesquisadores descobriram que a cobertura vegetal contribui para a absorção e consequentemente, para a erosão e o abastecimento dos lençóis freáticos.
Apesar de atualmente o estado de São Paulo possuir apenas 10% das áreas originais de cerrado o Ibama reforça a importância do bioma. "É uma área que numericamente parece pequena para o estado, mas é relativamente grande e tem capacidade para contribuir muito para a retenção de água", afirmou o pesquisador e professor em hidrogeologia, Edson Wendland.