Conheça o projeto que estuda o impacto do peixe-sapo em águas brasileiras

Pesquisadores lançam campanha pedindo ajuda aos pescadores esportivos

Por Alison Mota - 12/02/2021 em Notícias / Geral - atualizado em 16/02/2021 as 15:56

Durante as suas pescarias, você alguma vez já se deparou com um animal como esse da foto em destaque? Conhecido popularmente como peixe-sapo, ele não é natural do Brasil, mas sim do Golfo do México e Caribe. Como é possível encontrá-lo em diferentes localidades da costa brasileira, há registros no Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro, existe a preocupação do que a introdução desse peixe possa causar de impactos ao meio ambiente. Com essa mesma dúvida em mente, a Dra. Barbara Maichak de Carvalho decidiu dedicar seu pós-doutorado ao tema, realizando um estudo aprofundado para obter respostas.

Tudo começou em 2011 durante o mestrado de Barbara, porém, não foi possível dar continuidade a esses estudos na época. “Mas, os questionamentos sobre a dispersão desta espécie no litoral brasileiro continuavam vivos na minha mente. Assim que finalizei o doutorado, ingressei no Laboratório de Ecologia da Conservação (LEC – DEA – UFPR) supervisionado pelo Prof. Dr. Jean Vitule e retomei o projeto. Os objetivos principais atualmente são entender a dispersão da espécie na costa brasileira e se essas populações são geneticamente similares”, conta.

Segundo os estudos, a ação humana facilita a dispersão de peixes invasores e existem algumas hipóteses para a chegada da espécie em território brasileiro. São elas: água de lastro, que é quando um navio descarrega a água armazenada em seu casco; plataformas de petróleo, que podem ser movidas e carregarem espécies marinhas; e detritos plásticos. Outro ponto apontado é a preocupação com a ausência de predadores naturais, o que facilita a dispersão do peixe-sapo, competindo por alimento com espécies nativas vulneráveis, podendo causar a extinção dos exemplares locais e criando alterações na teia trófica, ou seja, na cadeia alimentar.

Foto: divulgação/Field Studio

Projeto pede ajuda dos pescadores esportivos

Com as extensões continentais do litoral brasileiro, o projeto não conseguiria cobrir toda a costa. A ideia que surgiu foi iniciar uma campanha nas redes sociais pedindo para que os pescadores esportivos enviassem fotos e vídeos informando o local onde capturaram um peixe-sapo. “Esse tipo de inciativa chama-se ciência cidadã, a qual é baseada na adesão voluntária e participativa da população permitindo que o conhecimento ‘popular’ seja publicado em revistas internacionais e tenha uma ampla divulgação. Os pescadores foram muito receptivos a ideia e estão nos ajudando, sempre que ocorre uma captura do peixe sapo ou de alguma espécie parecida que gere dúvida eles prontamente nos informam”, descreve Barbara.

Existem espécies nativas brasileiras que possuem certas semelhanças com o peixe-sapo (Opsanus beta), mas é preciso estar atento aos detalhes que caracterizam a espécie. Sua coloração é marrom com faixas brancas irregulares, possui cirros no entorno da boca e dos olhos, a posição de seus olhos é lateral e o tamanho máximo é de 30 cm. Para compreender quais espécies se parecem com o ele, clique aqui para acessar a postagem explicativa.

Caso em suas pescarias você encontre um peixe-sapo, entre em contato com a Dra. Barbara através do e-mail bmaicarvalho@gmail.com ou pelo telefone (43) 98493-5518. Colabora com a ciência nacional e ajude a expandir o conhecimento sobre nosso meio ambiente! 

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