Mês do Turismo: a importância do Pantanal para a pesca esportiva

O Pantanal é um Bioma que abriga a maior planície alagável do planeta e escolhemos este local, tão belo e procurado por turistas, para dar destaque nesta matéria sobre o mês do Turismo no Brasil.

Por Marcelo Telles - 29/04/2022 em Notícias / Turismo - atualizado em 29/04/2022 as 11:08

Segundo o Ministério do Turismo, o Departamento de Polícia Federal e o Banco Central do Brasil, nosso país recebe mais de 6 milhões de turistas estrangeiros todos os anos.


E, dentro de nosso próprio território, o número de brasileiros que se desloca para outros estados com o intuito de conhecer novas áreas, também é muito significativo.


Não tem como negar que o turismo é uma das áreas que mais movimentam capital em todo o planeta. No Brasil, o dia Nacional do Turismo é comemorado no dia 8 de maio. Por isso, este mês é considerado o “mês do Turismo”.


É quase redundante citar “turismo” e “pesca esportiva” na mesma frase. Com o crescimento deste esporte, mundialmente falando, o turismo de pesca também vem tomando proporções gigantescas.




De acordo com dados do Banco Mundial há poucos anos, o turismo de pesca esportiva movimentava mais de 700 milhões de pessoas e mais de 200 bilhões de dólares, anualmente.


Só no Brasil, o turismo de pesca já movimenta mais de um bilhão de reais e o Pantanal é um dos destinos mais procurados. Isso se deve ao fato de sua diversidade e extensões alagadas contínuas, uma das maiores de todo o planeta.


Localizado na América do Sul, na bacia hidrográfica do Alto Paraguai, o Pantanal tem uma área de quase 200 mil km² e fica situada nos estados de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. Avançando as fronteiras da Bolívia e Paraguai.




A região, declarada Reserva da Biosfera Mundial e Patrimônio Natural da Humanidade pela UNESCO, é considerada uma grande e complexa planície.


O Cerrado, Chaco e Amazônia, em ligação com os ciclos anuais de cheia e seca, além de suas elevadas temperaturas, faz do Pantanal o local com a maior concentração de fauna das Américas. 


Sua enorme biodiversidade inclui diversas espécies: são, aproximadamente, 3.500 espécies de vegetais, 656 espécies de aves, 159 de mamíferos, 325 espécies de peixes, 98 de répteis e 53 de anfíbios. 




Para a pesca esportiva, é preciso ficar ligado nas iscas. Na região do pantanal, ela é feita utilizando os seguintes tipos de iscas: tuvira, muçum, camboatá, caranguejo, jejuns, minhoca e minhocuçu. Algumas destas iscas têm épocas próprias de utilização.


De acordo com o biólogo e apresentador do programa Biopesca da Fish TV, Lawrence Ikeda, o Pantanal é uma enorme área de extrema importância para manutenção do equilíbrio climático e que atua como um gigantesco reservatório de água, que atrai e abriga uma incrível biodiversidade. 


Segundo Lawrence, toda essa riqueza natural, associada aos aspectos socioculturais do pantaneiro são atrativos turísticos únicos, que atraem pessoas de todo mundo.


Falando mais precisamente da pesca esportiva, é preciso dar destaque à algumas espécies que possuem um grande interesse dos pescadores deste esporte.




Lawrence cita que as espécies mais procuradas pelos pescadores que frequentam o pantanal são o “rei-do-rio”, o Dourado (Salminus brasiliensis),  o Pacu (Piaractus mesopotamicus), o Jaú (Zungaro jahu), a Piraputanga (Brycon hilarii e o pintado (Pseudoplatystoma corruscans), além dos peixes esportivos, a famosa Piranha do Pantanal (Pygocentrus nattereri) também habitam as águas do Bioma.


O pescador traz esses dados com propriedade. Além de conhecer todos esses dados como biólogo, ele frequenta o local há tempos e possui um carinho muito grande pelo Pantanal.


“Frequento o Pantanal desde meados dos anos 1990 e a região sempre me encantou pela grandiosidade da sua natureza, seu povo e pela pescaria. A cada viagem, novas experiências e aprendizados tanto de pesca quanto de biologia. Ter a oportunidade de avistar espécies que são símbolos do Pantanal é uma sensação surreal”, disse.




Além das espécies de peixes esportivos, o biólogo ainda traz um destaque para alguns animais que, apesar de serem encontrados também em outros biomas, acabaram  se tornando símbolo do Pantanal, como o maior felino das Américas: a Onça-pintada (Panthera onca), o Tuiuiú (Jabiru mycteria), a maior garça do pantanal e o Jacaré-do-pantanal (Caiman yacare).


Não é à toa que escolhemos este Bioma para dar destaque no Mês do Turismo. É uma região extremamente rica e que precisa, cada vez mais, ser preservada, com todo cuidado possível.


O Pantanal possui extrema importância ecológica, pois além de ser um fundamental reservatório de água, abriga uma biodiversidade gigantesca, além de ser um mosaico que interage diretamente com o Cerrado, a Amazônia, a Mata Atlântica e o Charco Boliviano.


Isso faz dele uma importante rede de ecossistemas interligados que atuam e garantem o equilíbrio dinâmico da natureza, de acordo com Lawrence.


Mas, infelizmente, ainda passamos por grandes problemas de preservação. O que causa profunda tristeza, sabendo de sua beleza e importância para o planeta.


“Ações mal planejadas ou até criminosas causadas pelo ser humano estão colocando o Pantanal em risco. Recentemente, os incêndios que assolaram grandes áreas e dizimaram centenas de espécies de animais e plantas… A agricultura mal executada com a supressão das matas nativas e ciliares e o abuso de agroquímicos também são problemas sérios que prejudicam. A sobrepesca extrativa e sem controle, por muitos anos praticada, quase colocaram os estoques pesqueiros do pantanal em colapso. O cenário vem melhorando com o aprimoramento das legislações e a prática da pesca esportiva. Mas ainda há muito o que se fazer. Não preservar o Pantanal é colocar em risco a existência de toda biodiversidade desse incrível bioma, incluindo o pantaneiro”, destaca Lawrence.


Cada um fazendo a sua parte, individualmente, ou em grandes grupos, com toda certeza irá a ajudar a preservar o Pantanal, fazendo com que ele continue sendo sempre um dos principais destinos para o turismo de pesca esportiva no Brasil.


Por falar em destinos, a apresentadora do programa Destinos da Fish TV, Laís Vanessa também é uma pescadora encantada com as belezas do Pantanal e tudo que ele proporciona.




Para ela, o que mais me chama a atenção no Pantanal são os diferentes cenários de um mesmo lugar, tanto no Mato Grosso do Sul, quanto no Mato Grosso. 


“Natureza exuberante e como o pantanal pode ser versátil e próximo também à algumas cidades. No pantanal há infinitas possibilidades de explorarmos o local, de forma consciente, é claro, e sempre vamos descobrir coisas totalmente distintas. Você pode ir duas vezes, no mesmo local, na mesma época, que você vai ser surpreendido”, comenta a apresentadora.


No Pantanal, Laís tem a preferência em pescar Dourado na rodada e Pacu. Mas ela reconhece a grande diversidade de espécies presentes e ressalta que a pesca esportiva na região é extremamente prazeroso e divertida.


Laís diz que o local é tão lembrado quando falamos de atrações turísticas para quem ama a natureza, por conta dessa versatilidade.




Ela conta que nos dois estados brasileiros em que ele se encontra, temos um pantanal distinto, com cada lugar  tendo um cenário diferente, mesmo sendo um mesmo pantanal. 


Isso tudo sem contar a época de seca e cheia, que também proporcionam experiências completamente diferentes. 


“As pousadas, hotéis e embarcações também são muito variadas, agradando todos os públicos. Você pode pescar, fazer trilhas, safaris, observação de aves, animais, atividades aquáticas... É uma infinidade de possibilidades. Cada cantinho do pantanal é único. Nenhum é igual. Em alguns, você tem uma experiência mais pantaneira, com cavalos, vivências de comitiva, trilhas, algo mais selvagem… Em outros, mais de contemplação de aves e animais, em outros mais pesca, em alguns lugares você consegue unir todas essas atividades, outros ficam mais afastados da cidade, alguns dentro da cidade, misturando com a vida urbana… Enfim, o pantanal é uma overdose de experiências ao ar livre e uma imersão única na natureza. E, por isso ele é tão famoso e procurado por turistas do mundo todo. Há inclusive pousadas e hotéis especializados em atender estrangeiros”, comenta a apresentadora.


Laís encerra comentando que, para preservar, é preciso mais conscientização, leis mais severas e fiscalização. 


É essa a mensagem que deixamos nesse começo de mês do Turismo! Com uma região tão rica para a pesca esportiva (e para os amantes da natureza, num geral), preservar e fomentar o turismo no Pantanal é um dever de quem protege esse Bioma.


E você? Já conhece o Pantanal? Já pescou por lá!


Aproveite o mês do Turismo nacional e comece a planejar a sua próxima viagem!

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