A pesca esportiva no Brasil cresce em ritmo acelerado, atraindo milhões de praticantes e apaixonados de diferentes perfis. Dentro desse cenário de expansão, um movimento merece destaque: a presença cada vez mais expressiva das mulheres praticando a atividade.
O que antes era visto como um ambiente predominantemente masculino vem se transformando. Hoje, elas também ganham protagonismo, que é impulsionado por torneios, projetos e iniciativas que visam reforçar a presença feminina no esporte.

Foto: Programa Elas na Pesca / Fish TV.
Entre os exemplos mais emblemáticos está o Anzol Rosa, considerado o maior evento de pesca esportiva embarcada voltado para mulheres na América Latina. A iniciativa já reuniu mais de mil participantes de diversas regiões do país e segue crescendo a cada edição.
Na estreia, em 2022, mais de 500 pescadoras se encontraram para a pescaria no Pantanal sul-mato-grossense. Dois anos depois, em 2024, o número saltou para 620 mulheres, em 20 barco-hotéis, mostrando o poder de mobilização do projeto e o engajamento do público feminino.

Foto: Anzol Rosa.
A idealizadora é Joice Tur, empreendedora e pioneira em abrir espaços de visibilidade para as pescadoras. O encontro vai além da prática esportiva: promove integração, amizade e troca de experiências, reforçando que a pesca não é apenas sobre capturar e soltar os peixes, mas também sobre viver momentos de conexão e pertencimento.
Outro exemplo de protagonismo é o Mulheres na Pesca, criado há 12 anos por Sávia Neres. A iniciativa nasceu do olhar atento de Sávia, que, ao trabalhar em uma loja de artigos de pesca no interior de Goiás, percebeu a ausência de espaços para mulheres no setor.
Desde então, o projeto reúne e incentiva pescadoras de todo o país, ampliando a participação feminina na modalidade.

Foto: Mulheres na Pesca.
Na mesma linha, o torneio Rainhas do Araguaia vem se consolidando como uma das referências. Realizado em um dos destinos mais procurados para a prática esportiva, o Vale do Araguaia, o evento é exclusivo para mulheres e mostra sua força também na competição.
Na última edição, realizada em agosto de 2025, 117 pescadoras estiveram nas águas para a disputa, organizadas em 54 equipes, evidenciando o quanto a presença feminina se fortalece ano após ano.

Foto: Rainhas do Araguaia.
O crescimento também se reflete em outras competições. O Campeonato Brasileiro em Pesqueiro, o CBP, por exemplo, um fenômeno da pesca esportiva nos últimos anos, também presenciou momentos históricos.
Foi durante o CBP3 que uma dupla composta exclusivamente por mulheres chegou à final do campeonato, um feito inédito que marcou a trajetória feminina dentro do torneio e já apontava um símbolo de mudança.

Foto: Final do CBP3 / Fish TV
FishTV e a nova realidade na Pesca Esportiva
Entre os agentes que ajudaram a fomentar o interesse crescente das mulheres na pesca esportiva, a mídia tem papel fundamental. E a FishTV, ao longo dos seus 13 anos, foi decisiva para dar visibilidade a esse movimento. Isso porque, desde o início, muitas mulheres estiveram à frente das câmeras, apresentando programas, compartilhando conhecimento e mostrando que a pesca é uma paixão sem barreiras.
Em um marco histórico para a pesca esportiva e para a televisão brasileira, a FishTV lançou o primeiro programa do segmento totalmente apresentado por uma mulher, o Elas na Pesca, com Luana Pigato. O projeto reforçou a mensagem de que o esporte é para quem ama a natureza, independentemente de gênero.
Com o passar dos anos, e o crescimento da atividade no Brasil, mais uma mudança entrou para a história e fortaleceu de vez a presença feminina na emissora: em 2021 o programa passou a ser apresentado por duas mulheres.

Foto: Programa Elas na Pesca / Fish TV.
Drih e Yasmin formaram uma dupla, trazendo conteúdos para diferentes modalidades: Drih nos pesqueiros e Yasmin com o baitcasting.
Uma evolução que veio para reforçar ainda mais a presença das mulheres no esporte e incentivar a representatividade feminina em todos os níveis do setor.
E os números comprovam essa transformação: quando a FishTV entrou no ar, apenas 7% da audiência era composta por mulheres. Hoje, elas já representam mais de 40% do público do canal, um salto que reflete mudanças culturais e de mentalidade, além da força do protagonismo feminino.

Foto: Programa Elas na Pesca / Fish TV
Essas são apenas algumas das iniciativas que deram início e vêm abrindo caminho para as pescadoras. Em várias regiões do país, multiplicam-se grupos formados exclusivamente por mulheres, que ocupam rios, lagos e pesqueiros.
Mais do que um aumento nos números, o que se vê é uma verdadeira mudança de cenário. A pesca esportiva caminha para um futuro onde a presença feminina é cada vez mais sólida, em espaço de paixão, conquistas e novas histórias sendo escritas a cada arremesso de linha.
para comentar