Entender o comportamento de tartarugas marinhas contribui para a preservação da espécie

Conheça o trabalho do REBIMAR, que monitora a saúde de tartarugas-verde no Paraná

Por Victória Netto - 13/09/2019 em Notícias / Geral - atualizado em 29/10/2019 as 15:21

Para as tartarugas marinhas, sobreviver é um desafio antes mesmo de elas nascerem. Praias movimentadas para os ninhos, iluminação artificial, que pode desorientar os filhotes, lixo na areia e outras ameaças atravessam o percurso desses animais até sua desova e chegada ao mar.

Apesar de todos esses riscos, as tartarugas marinhas vêm sobrevivendo e evoluindo há mais de 100 milhões de anos, desempenhando um papel ecológico fundamental tanto em áreas costeiras, como em grandes profundidades oceânicas.

Como animais migratórios, as tartarugas se deslocam dos trópicos às regiões subpolares, sendo consideradas “engenheiras” do ecossistema. Isso porque têm uma importante influência sobre os recifes de coral, bancos arenosos e bancos de grama marinha. 

E para compreender tais ciclos migratórios, assim como a saúde desses animais, o Programa de Recuperação da Biodiversidade Marinha (REBIMAR) tem um trabalho de pesquisa de campo e marcação de tartarugas-verde no litoral paranaense.


Foto: Divulgação/Banco de Imagem

De acordo com a coordenação do Programa, as ações consistem em capturas intencionais das tartarugas para a sua avaliação. Depois, um protocolo padronizado é aplicado por uma equipe de profissionais habilitados que garantem a segurança desses animais. As tartarugas são avaliadas quanto à sua condição de saúde e marcadas com anilhas numeradas. 

Segundo a bióloga e coordenadora das atividades, Camila Domit, os animais estudados vêm de mais de 10 lugares diferentes. "Após oito campanhas realizadas entre 2014 e 2018, podemos afirmar que as tartarugas-verdes juvenis, que existem aqui no nosso litoral, vêm de 12 lugares diferentes, inclusive do outro lado do Atlântico, próximo à África”, afirma. 

E por que esse tipo de acompanhamento é eficiente? Essas ações ajudam a propor medidas mais eficazes de conservação, já que são fundamentais para compreender o padrão de migração e o comportamento das tartarugas marinhas onde elas se desenvolvem. Ou seja, quanto mais conhecimento se tem sobre determinada espécie, mais fácil se torna preservá-la.

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