Quando pisei pela primeira vez em Curaçao, no ano passado, pensei que já sabia o que me esperava. Afinal, quem nunca ouviu falar do mar azul-turquesa dessa ilha caribenha? Uma pintura viva. Cores que dançam com o sol. Clichês que, aqui, viram realidade.
Mas, Curaçao me ensinou uma coisa: por mais que você ache que conhece um lugar, há sempre um outro lado esperando por você. Um lado que não está nas vitrines das agências de viagem.
Gravei oito episódios para o programa Destinos naquela primeira visita. Um especial dedicado a esse pedaço encantado do Caribe.
E achei que tinha visto muito. Mas, percebo que vi apenas a superfície.
Curaçao tem cerca de 500 quilômetros quadrados e é a maior das ilhas que formam o complexo UBC. Uma sigla que carrega Aruba, Bonaire e Curaçao, ilhas autônomas do Reino dos Países Baixos. Seu nome vem da palavra portuguesa “cura”, dada pelos navegadores que ali desembarcavam doentes e misteriosamente se curavam. Talvez pela água, pelo clima, ou, quem sabe, pela energia do lugar.
Mas seu tamanho geográfico pouco diz sobre a vastidão de histórias que ela guarda. Atrás dos cartões-postais, há vielas que o turista tradicional não percorre. Há mirantes escondidos onde o mar parece cantar mais alto.
Apesar de pequena, Curaçao é um mundo. Seu centro histórico, Willemstad, é Patrimônio Mundial da UNESCO, com fachadas coloridas que contam séculos de colonização holandesa misturados à alma afro-caribenha. Mas além das ruas vibrantes e do famoso letreiro “Dushi”, palavra que por lá significa algo como “gostoso”, “bom”, “querido”, existe uma Curaçao que quase ninguém conhece.
Esse especial do Destinos vai muito além do que já foi mostrado. Ele mergulha no lado menos explorado da ilha, aquele que pulsa com autenticidade. Alguns pontos turísticos continuam presentes, é claro. Mas é nos recantos desconhecidos, nas paisagens intocadas e nas experiências vividas com o pé na areia e o coração aberto que mora a verdadeira beleza dessa Curaçao que nem todos conhecem. E pela primeira vez, levamos também a pesca esportiva para o coração da produção.
Porque meu trabalho não é só mostrar um lugar, é contar a alma dele. É revelar uma ilha que não se entrega ao primeiro olhar, mas que se desdobra quando você a observa com o tempo, com afeto, com respeito. É respirar a cultura, provar os sabores, entender os ritmos e, claro, compartilhar tudo isso com você.
Se você acha que já viu tudo de Curaçao, prepare-se. Porque o que vem por aí é uma ilha contada de dentro pra fora. É Curaçao como ela é de verdade.
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