Uma pesquisa do Centro de Ciências do Mar (CCMAR), em cooperação com o CSIC (Espanha), concluiu que os produtos utilizados em Aquacultura podem ser substituídos por ingredientes de origem vegetal, sem que isso prejudique o crescimento do pescado ou comprometa a qualidade do mesmo. Um passo importante em direção a aquacultura sustentável.
Os cientistas descobriram que a adição de suplementos de butirato nas rações de peixes ajuda a preservar a função intestinal na dourada que é alimentada à base de rações vegetais.
As rações de aquacultura à base de vegetais são vistas como mais sustentáveis do que as produzidas à base de farinha peixe. Contudo, embora em algumas espécies não haja registo de limitações, noutras verificou-se uma diminuição na eficiência com que digerem alimentos, aumentando a suscetibilidade a doenças e stress.
O butirato de sódio é um dos aditivos alimentares mais promissores a ser utilizados na aquacultura para evitar efeitos adversos. Os cientistas explicam que este sal de ácido gordo de cadeia curta é produzido por fermentação bacteriana de carbo-hidratos não digeridos. Os estudos conduzidos possibilitaram aos cientistas definir a dose mais efetiva de butirato para a dourada, tendo por base o desempenho do crescimento e as medidas da função intestinal, arquitetura e permeabilidade.
A dourada, espécie que serviu como teste e à qual foi administrado o suplemento de butirato, apresentou menos problemas intestinais do que outras espécies quando submetidas a dietas vegetais, descoberta essa que foi suportada por várias abordagens de diferentes equipas dos projetos.
A investigação foi liderada por equipes do Instituto de Aquicultura Torre de la Sal (IATS-CSIC), em colaboração com cientistas da Norwegian University of Life Sciences e CCMAR, em estreita cooperação de parceiros industriais (BIOMAR, NOREL). O estudo foi conduzido no âmbito dos projetos AQUAEXCEL, AQUAEXCEL2020 e ARRAINA, todos financiados pela União Europeia.