Pesquisa revela grande diversidade de peixes de água doce no Rio Grande do Sul

O estado abriga 422 espécies nativas, sendo que 10% delas são novas para a comunidade científica

Por Fish TV - 09/08/2016 em Notícias / Geral

O resultado de uma pesquisa publicada no final do último mês no Rio Grande do Sul surpreendeu até os próprios autores. A diversidade de peixes de água doce é grande. De acordo com um dos pesquisadores Vinicius Bertaco, biólogo do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica, o estado gaúcho ocupa 3,3% do território nacional e abriga 16% das espécies brasileiras. "Temos abundância em uma área relativamente pequena", ressalta.

Ao todo, foram identificadas 422 espécies nativas, sendo que cerca de 10% delas são novas para a ciência. A maior variedade está nos grupos de peixes de couro, como jundiás e pintados, e nos de placas ósseas como os cascudos. Essa informação é contrária do que se acreditava, pois se tinha noção que os mais diversificados eram os de escama como lambaris, dourados e traíras.

Na pesquisa, que iniciou há mais de cinco anos, é possível encontrar uma lista atualizada das espécies com dados históricos, de classificação biológica e distribuição geográfica. "O estudo é inédito no estado porque até então não se tinha esse conhecimento. As informações foram levantadas por meio de registros de coleções científicas dos museus de zoologia, literatura e documentos de expedições de coleta de peixes até então não publicados", explica Vinicius.

Fotos: Vinicius Bertaco


Confira o número de espécies por bacia hidrográfica: 

Rio Uruguai - 275 espécies (sendo 78 delas endêmicas, ou seja, exclusivas dessa bacia)
Laguna dos Patos - 200 espécies (sendo 68 delas endêmicas, ou seja, exclusiva dessa bacia)
Rio Tramandaí - 102 espécies (sendo oito delas endêmicas, ou seja, exclusivas dessa bacia)

Pesquisa pode ajudar na conservação de espécies 

De acordo com Vinicius, os dados podem servir de suporte para novos projetos e estudos relacionados à ecologia, reprodução, conservação e preservação das espécies. No trabalho de proteção dos peixes, a sociedade também é fundamental. "É obrigação dos pesquisadores divulgarem as informações. Desta maneira os cuidados com a ictiofauna estarão garantidos, já que é apenas conhecendo a fauna que podemos tentar alcançar o desenvolvimento sustentável", destaca.

Os pesquisadores envolvidos no estudo são quatro ictiólogos especialistas em peixes de água doce na região Neotropical. O abstract da pesquisa pode ser encontrado aqui. O material não está disponível na integra na internet. Mas, é possível solicitá-la por meio dos e-mails: vinicius-bertaco@fzb.rs.gov.br.
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