Conheça os peixes que vivem em poças d’água temporárias

O killifish possui várias espécies encontradas no Brasil

Por Alison Mota - 25/01/2021 em Notícias / Geral - atualizado em 28/01/2021 as 12:12

Você já ouviu falar que existem pequenos peixes que vivem em poças d’água temporárias? Pois é, eles são os killifishes, que também são conhecidos como peixes das nuvens, que têm os seus ovos depositados no fundo de poças temporárias e que secam ao longo ano, eclodindo no período das chuvas. Infelizmente, a maioria deles está ameaçada de extinção no Brasil, sendo proibida a criação e manutenção, com exceção para pesquisas.

Justamente para compreender melhor o comportamento desses peixes é que o Instituto de Pesca (IP-APTA), ligado a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, mantém várias espécies com origem em um dos seus laboratórios, tendo protocolado declaração de matrizes no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA)

Segundo Mauricio Keniti Nagata, pesquisador do Instituto de Pesca, o IP mantém e reproduz algumas espécies nacionais e estrangeiras de killifishes há mais de 20 anos, antes mesmo delas serem consideradas ameaçadas de extinção. Há entre as espécies mantidas pelo Instituto uma que é considerada raríssima, que é a dos vertebrados hermafroditas auto-fecundantes, a Kryptolebias hermaphroditus. “A K. marmoratus já foi considerada a única espécie de vertebrado hermafrodita auto-fecundante, sendo que atualmente é um complexo de espécies que inclui a K. hermaphroditus. Existem muitas espécies de peixes hermafroditas – sequenciais ou até concomitantes, mas a auto-fecundação é a raridade”, explica Nagata.


O pesquisador conta que existem killifishes em todos os continentes, exceto no antártico e no australiano. A maioria das espécies nativas é considerada ameaçada de extinção por ser endêmica, ou seja, cada região possui populações ou espécies encontradas apenas naquela área geográfica, ficando vulneráveis às mudanças de habitat. “Várias espécies já foram extintas e muitas estão em vias de, principalmente, por ações antropomórficas, ou seja, poluição, drenagem dos locais para empreendimentos imobiliários e outros”, afirma Nagata.

Para Mauricio Nagata, os aquaristas têm papel importante no desenvolvimento de técnicas de manutenção de espécies e de criação. “Nossa alternativa é manter as espécies extintas na natureza e sem habitat natural na aquariofilia, como uma forma de lembrete da fragilidade dos ecossistemas. Os killifishes precisam ser apreciados não só pela beleza de formas e cores, mas também pelo seu ciclo de vida peculiar. É importante ainda a preservação dos habitats naturais e vários grupos têm se engajado arduamente nessa questão”, conta.

Se você quiser conhecer quais espécies ornamentais que podem ser criadas no Estado de São Paulo, o Instituo de Pesca atualizou a lista incluindo alguns killifishes nacionais que possuem origem legal. Saiba mais detalhes clicando aqui

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