Mato Grosso pode ter alteração no período da piracema

Proposta aprovada na Assembléia pretende amenizar as consequências econômicas causadas pelo coronavírus

Por Laís Vanessa - 27/05/2020 em Notícias / Meio Ambiente - atualizado em 04/08/2020 as 09:55

A Assembleia Legislativa aprovou a alteração no período de vigência da piracema em Mato Grosso. Tradicionalmente, esse período de reprodução de peixes, ocorre de outubro a janeiro. Pela proposta do deputado Wilson Santos, a próxima piracema entraria em vigor no dia 04 de dezembro de 2020 e encerraria no dia 28 de fevereiro de 2021. 

A medida foi tomada levando em consideração as consequências causadas pelo Covid-19, que paralisou vários setores da economia. Porém essa iniciativa dividiu lados e opiniões, embora seja bom economicamente, a ação pode representar uma perda para a natureza. "Entendo que para a economia isso é muito bom, mas para a natureza é um desastre. Como conselheiro do Cepesca, sou contra. Na verdade quem define esse período é o Cepesca, e nós não fomos consultados. Isso é algo complicado", relata Clodomir Ceolatto, conselheiro do Conselho Estadual de Pesca (Cepesca) e presidente da Associação Ambientalista Turística e empresarial de Cáceres (Asatec).  


Tarso Ricardo Lopes, que é Proprietário da Pousada Pantanal Norte e presidente da Federação de Pesca Esportiva e Turismo Sustentável do Mato Grosso, diz que é favorável à medida, desde que ela contemple somente a pesca esportiva. "Somos a favor se for permitido somente o pesque e solte, até porque nesse período, os pescadores profissionais estão amparados pelo seguro defeso. Entendemos que se praticarmos apenas o pesque e solte, não vamos prejudicar a natureza. Porém, a proposta apresentada ao governador, inclui os pescadores profissionais, e com isso nós não concordamos", ressalta. 

Jefferson Preza Moreno, secretário adjunto de Turismo do Mato Grosso, diz que embora esse seja um ano atípico para a pesca, é preciso avaliar melhor a medida. "Não somos contra esse pleito, uma vez que fomentará o turismo de pesca esportiva, mas teremos que avaliar a parte técnica também, pois a lei contempla ainda os pescadores profissionais. Precisamos analisar a questão do impacto ambiental", informa. A lei ainda não entrou em vigor, e os órgãos esperam que a proposta seja melhor avaliada. 

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