Fósseis de peixes de 290 milhões de anos são encontrados com extremo grau de preservação do cérebro

Descoberta feita por pesquisador brasileiro mostrou peixes no sul do Brasil, em Santa Catarina, com um nível de preservação dos órgãos extremamente raro.

Por Marcelo Telles - 01/07/2024 em Notícias / Geral - atualizado em 15/07/2024 as 18:05

Fósseis são encontrados, diariamente, por paleontólogos de todo o planeta. Porém, não estamos acostumados a ver notícias como essa. Afinal, não foi uma pesquisa qualquer.


Ela foi feita por um cientista brasileiro, sobre espécies de peixes da região de Mafra, em Santa Catarina, de mais de 290 milhões de anos, e o mais incrível: com seus órgãos extremamente preservados para um fóssil, principalmente o cérebro, em um caso muito raro para a paleontologia.


Além da massa encefálica, cientistas também encontraram outro tecidos moles, como fragmentos do coração e dos olhos do animal, além, até mesmo, de meninges e filamentos das brânquias.


Fósseis escavados foram analisados e estudados em cada detalhe para chegar até a pesquisa final. Foto: Universidade de Michigan. 


A pesquisa foi publicada na Current Biology, uma revista científica responsável por receber pesquisas gerais, publicando artigos de descobertas em qualquer área da biologia e de interesse geral.


O cientista é o brasileiro Rodrigo Figueroa, que fez a pesquisa pela Universidade de Michigan, nos Estados Unidos. Rodrigo escaneou, por meio de tomografia computadorizada, que traz muito mais detalhes para as imagens, o crânio de oito exemplares desses peixes, com nadadeiras raiadas, suportadas por "raios”.


Em sua grande maioria, os exemplares escaneados apresentaram cérebros que estavam bem preservados em detalhe, com morfologia semelhante ao Coccocephalus, já encontrado em 2023, quando foi descoberto o cérebro mais antigo dos vertebrados, que também apresentava esse tanto de detalhes.


Rodrigo em pesquisa que descobriu fósseis de quase 300 milhões de anos. Foto: Universidade de Michigan. 


De acordo com Rodrigo, a espécie batizada de CP 065 foi a mais incrível descoberta, já que apresentava  a estrutura do cérebro virada para baixo.


“Com toda certeza, encontrar seus nervos cranianos, as delicadas meninges que sustentam o cérebro dentro da caixa craniana, filamentos das brânquias e dos vasos sanguíneos, partes do coração e possivelmente músculos esqueléticos, tão bem preservados assim, não é um achado qualquer”, disse Figueroa, após a publicação do artigo.


Descoberta é mais uma que mostra o avanço das pesquisas em todo o planeta, feitas para o progresso do nosso conhecimento a respeito dos seres que já viveram por aqui.




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