Brasil desenvolve primeira tilápia geneticamente editada para alto desempenho

Com tecnologia de ponta e edição de DNA autorizada, peixe promete crescimento mais rápido, maior rendimento para aquicultura e menor consumo de ração.

Por Marcelo Telles - 07/05/2025 em Notícias / Aquicultura

O Brasil acaba de alcançar um marco na aquicultura com o desenvolvimento da primeira tilápia geneticamente editada do país. O peixe foi criado com base em tecnologias genômicas de alta precisão, com o objetivo de melhorar o desempenho produtivo da espécie — o que inclui maior taxa de crescimento, melhor rendimento de filé e redução no consumo de ração.


A inovação é fruto de uma parceria entre a empresa Brazilian Fish e o Center for Aquaculture Technologies (CAT), dos Estados Unidos. A edição gênica, que é a técnica da biotecnologia que permite alterar partes específicas do DNA de um organismo de forma precisa, foi realizada em pontos específicos do DNA da tilápia do Nilo, visando acelerar ganhos que levariam décadas em programas de reprodução convencionais.


Segundo os responsáveis pelo projeto, os resultados obtidos com a manipulação genética equivalem a 20 anos de melhoramento seletivo concentrados em apenas um ciclo de pesquisa.


A iniciativa está respaldada por regulamentação da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), que autoriza o uso de edição genética em peixes por meio do projeto voltado à miostatina — proteína relacionada ao desenvolvimento muscular.


A modificação, segundo os cientistas, replica uma variação que poderia ocorrer naturalmente, mas de forma acelerada e controlada. Foram necessários dois anos de pesquisa para estruturar o processo de fertilização in vitro, indução reprodutiva e obtenção dos primeiros exemplares geneticamente editados.


Esses peixes já estão isolados em ambientes seguros e iniciaram a fase de testes genômicos e de desempenho.


Com a nova tilápia, espera-se um aumento da eficiência da produção no Brasil, oferencendo ao mercado uma proteína mais acessível, sustentável e com maior valor agregado. A expectativa é que essa inovação fortaleça a competitividade da piscicultura brasileira no cenário global.



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