ONU: gases responsáveis pelo efeito estufa alcançam números sem precedentes

Em relatório divulgado, agência da Organização das Nações Unidas, responsável pelas questões meteorológicas mundiais, revela dados recordes.

Por Marcelo Telles - 16/11/2023 em Notícias / Meio Ambiente - atualizado em 16/11/2023 as 10:52

Nesta semana, o nosso país está passando por uma onda de calor intensa. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia, o Inmet, órgão federal vinculado ao Ministério da Agricultura e Pecuária, o fenômeno, que deve se estender até o dia de amanhã, está afetando quase três mil municípios em todo o país, com diversos locais registrando temperaturas acima dos 40ºC e sensação térmica próxima aos 60ºC.


Porém, esses acontecimentos não são isolados e têm uma razão para acontecerem. Ontem, a Agência da Organização das Nações Unidas, a ONU, através da Organização Meteorológica Mundial, publicou o relatório de um estudo em que confirma que os números dos gases de efeito estuda atingiram níveis recordes em nosso planeta, mais uma vez.



De acordo com o órgão, no ano passado, se comprássemos os números de dióxido da carbono, CO2, com os anos médios do século XVIII, período pré-industrial, os níveis do gás seriam maiores que 50%; um aumento de 0,5% com o pico anterior atingido no ano de 2021.


Mas não foram, somente, os níveis deste gás em específico que atingiram recordes negativos: os gases metano e óxido nitroso também estão preocupando especialistas. Comparado ao período anterior ao industrial, o metano aumentou em 264%. Já o óxido nitroso, 124%.


Esses dados são medidos através dos números ppm, que significam “partes por milhão”. Com os números sem precedentes, a ONU já alertou que os impactos climáticos serão ainda mais perceptíveis.



Segundo o Programa Ambiental da ONU, PNUMA, com o clima total do planeta aumentando significativamente, as evidências científicas para esse aquecimento apontam o maior culpado: o ser humano.


De acordo com o Programa, eventos de precipitação pesada estão aumentando, as geleiras e a cobertura de neve estão encolhendo e o gelo do mar está recuando. Sem contar que os mares estão se aquecendo, subindo e se tornando mais ácidos.


No relatório divulgado ontem, foi confirmado que menos da metade das emissões de dióxido da carbono continuam em nossa atmosfera. Os oceanos, ecossistemas terrestres e florestas, absorvem grande parte do CO2 emitido.



Além dos dados levantados, as notícias não são nada otimistas para o futuro. Como o dióxido de carbono possui uma persistência prolongada em nossa atmosfera, a temperatura do planeta vai continuar a subir, sem ter um final à vista. Isso irá acontecer mesmo se emissões forem reduzidas bruscamente.


O site da GCOS, o Sistema Global de Observação do Clima, avalia como estão os status a respeito das observações climáticas de todo o planeta.


As observações feitas pelo sistema levam em consideração questões como as variáveis climáticas essenciais, englobando assuntos como a atmosfera do ar superior e superficial, composição atmosférica, criosfera, antroposfera, física do oceano de superfície, biogeoquímica oceânica, biologia oceânica e de ecossistemas, física oceânica subsuperficial, biosfera e hidrosfera.


COP28


Com esse assunto em destaque, é preciso lembrar a respeito da COP28, principal cúpula mundial sobre a agenda climática, que acontecerá entre os dias 30 de novembro e 12 de dezembro este ano, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, onde se discutirá a preparação para as alterações do clima mundial daqui para frente.


Com expectativa de receber cerca de 70 mil participantes, a COP28 contará com a presença dos países que assinaram o acordo climático original da ONU em 1992, sendo representados por chefes de estados e líderes mundiais.


O evento ainda terá a presença de acadêmicos, especialistas e jovens. COP significa “Conferência das Partes” e “28” é referente ao número da edição de 2023, que acontece pela vigésima oitava vez.



A ideia é que os governos pressionem por uma maior ação global a respeito do clima, incluindo até uma possível eliminação gradual de combustíveis fósseis.


O problema é que, de acordo com a própria ONU, se as reduções continuarem do jeito que estão, as emissões de dióxido de carbono irão cair apenas 2% até o ano de 2030. Apesar do dado, a conferência é de extrema importância para o futuro do nosso planeta.


O Brasil estará no evento e deve ter a maior delegação presente. 



Avalie esta notícia:

MAIS NOTÍCIAS