Evento online aborda mortandade de peixes por hidrelétricas

Objetivo é identificar problemas e criar soluções em conjunto

Por Alison Mota - 22/04/2021 em Notícias / Meio Ambiente - atualizado em 23/04/2021 as 17:33

Na última semana, a Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), em parceria com a University of Southampton, realizou um evento online com a temática “Mortandade de Peixes por Hidrelétricas: Identificando Problemas e Cocriando Soluções”. Assim, o fórum se propôs a criar soluções conjuntas que possam evitar a morte de peixes e as perdas econômicas, produzindo energia de fato limpa.

Em mais de três horas e meia de exposição de painéis e debates com mediação da jornalista Sônia Bridi, importantes nomes falaram na abertura do evento, como Anna Carolina Dal Pozzo, secretária de Regularização Ambiental da Secretaria de Estado de Meio-Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMAD), e Paulo Beirão, que é presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig).

Em um primeiro momento, Andrey L. F. de Castro, que é biólogo de peixes e professor da UFSJ, demonstrou quais são os impactos sofridos pelos peixes que passam pelas hidrelétricas. “Há peixes que sofrem lesões fatais após entrarem em contato com as pás das turbinas hidrelétricas, no entanto, esse não é o único tipo de lesão que conseguimos observar. O que vem sendo frequentemente reportado são os barotraumas. Quando a água passa por dutos para chegar até as turbinas, há descompressão de uma forma muito rápida, o que causa a expansão de gases. Com isso, a bexiga natatória dos peixes, responsável pelo seu equilíbrio na água, se expande pressionando todos os demais órgãos”, explica.

Nos dados coletados para o relatório que leva o mesmo nome do evento, Luiz Silva, pesquisador sênior da ETH-Zurich, revelou números que apontam mais de 120 mil quilos de peixes mortos por hidrelétricas em uma década. “Ainda que os números sejam oficiais, sabemos que são subestimados, pois soubemos de empreendimentos que ultrapassaram essa cota. Tão importante quanto esse número está o problema econômico gerado para as empresas, pois foram gastos mais de 600 milhões de reais em multas. Uma vez que a empresa fique impedida de gerar energia por conta de eventos de mortandade de peixes, há também prejuízos para a sociedade”, pondera.

Com a complexidade do tema e os muitos nomes que debateram sobre o assunto, fica o convite para que você assista na íntegra o evento. Basta clicar aqui e ser redirecionado até a página onde o vídeo está hospedado. 

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